Os primeiros três dias do Rock In Rio serviu para mostrar que artistas com bons desempenho em serviços de streaming, como no Spotify, precisam evoluir. Os números apenas deste canal e das redes sociais não têm sido suficientes, como mostraram as experiências dos shows de Sonza e Marina Sena.
Luisa, 24 anos, fez o show com pressão de banda e coreografias de força. Cantou hits antigos, como Sentadona, e novos, como Cachorrinhas. Sena desafinou bem em alguns momentos e mostrou fragilidade. Mas era o teste de fogo de Luisa, sua primeira aparição exibida ao vivo, e, na aura do palco, era quase possível ver a rede de proteção para sustentá-la.
Tecnicamente, ela está em maturação, assim como Marina Sena, e o impacto de seu show é produzido mais pelo entorno (luz, coreografias e banda de peso) do que por sua capacidade de colocar a plateia na palma das mãos.
Depois de muito se especular sobre o show de Justin Bieber, com morte e cancelamento, ele veio ao Brasil e confirmou, no vídeo que exibiu antes de sua chegada e os comentaravam sobre saúde mental. Ele também fala de Deus, de Jesus, de como a fé tem sido importante quando a escuridão parece querer se impor.
Magro, bem magro, usava óculos escuros, touca, jaqueta, como se disesse "estou aqui, mas não estou aqui". Sua voz só existia porque saía, quase o tempo todo, de um despudorado playback.
Em What Dou You Mean, o playback ficou tão visível que, mesmo não cantando, sua voz saía das caixas. Só em um set acústico, quando foi acompanhado por um violão e uma guitarra, a voz voltou a ser realmente dele. Seria o caso de não vir? Quais condições foram impostas para que esse show fosse realizado? As fãs não deveriam protegê-lo, exigindo que ficasse em casa?
Quem também passou pelo palco do festival foi Gilberto Gil. O artista se apresentou no palco Sunset. A filha do cantor, Preta Gil, emocionou ao cantar com outras pessoas da família sucessos do patriarca, como as músicas "Andar com Fé" e "Menina Baiana".