Oscilação econômica explica baixo desempenho do Brasil, diz Marcos Lisboa
- Neriel Lopez
- há 5 horas
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A volatilidade da economia brasileira é o principal fator que explica o baixo desempenho do País em relação a outras nações emergentes, afirmou o economista Marcos Lisboa durante o Painel GCB “O valor da incerteza”, realizado nesta quarta-feira (29), em São Paulo.
“O mundo inteiro evoluiu muito e nós ficamos para trás, porque o Brasil oscila entre graves crises e períodos de forte crescimento. Na média, ficamos abaixo de outros emergentes, sem seguir a regra da convergência, na qual países muito pobres avançaram e os ricos se mantiveram”, disse Lisboa.
Segundo o ex-presidente o Insper, o País ficou preso à “armadilha da renda média” por não garantir condições básicas de produtividade, inovação e concorrência.
“O nome do jogo é produtividade, e nossa indústria ficou para trás. Temos bons resultados em tecnologia, no setor bancário e no agronegócio, mas um problema macroeconômico crucial: o ajuste fiscal. Não dá para seguir aumentando a arrecadação para cobrir gastos públicos. Hoje quem está sendo o adulto da casa é o Banco Central, mantendo juros altos”, afirmou.
Lisboa também criticou a baixa qualidade da infraestrutura, o sistema tributário complexo e a excessiva regulação, fatores que criam incerteza jurídica e desestimulam investimentos. “A consequência disso é a má alocação de capital”, completou.
Para ele, a volatilidade econômica também amplia a desigualdade e impõe desafios adicionais ao País. “A análise de riscos é o maior desafio, porque é preciso entender esse ambiente tão complexo, com regras peculiares e incerteza jurídica”, disse.
O economista destacou ainda a necessidade de melhorar a educação e a formação da mão de obra para sustentar ganhos de produtividade. “Precisamos de uma agenda forte para resolver essas distorções, que acabam sendo as amarras do País”, afirmou.
A avaliação foi compartilhada pelo economista e fundador do Instituto Misis Brasil, Hélio Beltrão, que também participou do painel. “O Brasil é uma aula de como fazer errado”, resumiu.





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