Xi Jiping obteve, nesta sexta-feira, 10, um inédito terceiro mandato presidencial na China após uma votação do órgão legislativo do país, ratificando sua condição de líder mais poderoso do país em décadas. A reeleição por cinco anos como chefe de Estado acontece depois que Xi conseguiu em outubro prolongar seu mandato à frente do Partido Comunista e do Exército, os dois cargos de liderança mais importantes da China. O resultado da votação dos deputados, divulgado pouco antes das 11 horas locais (meia-noite em Brasília), foi avassalador: 2.952 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção. Mas a situação não era inesperada, já que o Parlamento está, na prática, subjugado ao Partido Comunista (PCC). Candidato único à Presidência, o mandatário de 69 anos estabeleceu como prioridade o desenvolvimento de setores em busca da autossuficiência da China diante do que Pequim vê como uma política de “contenção” do Ocidente para impedir o desenvolvimento do gigante asiático.
Os últimos meses foram difíceis para Xi, com grandes manifestações no final de novembro contra sua política de “covid zero” e uma onda de mortes após o abandono dessa estratégia em dezembro. Essas questões delicadas foram evitadas durante a sessão anual do Parlamento, um evento cuidadosamente coreografado no qual Li Qiang, aliado de Xi, deverá substituir Li Keqiang como primeiro-ministro. O Congresso Nacional do Povo (CNP) reunido em Pequim também deve eleger formalmente um novo vice-presidente para substituir Wang Qishan.
Os deputados concentraram-se nestes dias num projeto de reforma institucional que visa fortalecer o Ministério da Ciência e Tecnologia e as capacidades da China no setor digital. O Legislativo da China aprovou um novo plano para reformar as instituições de seu Conselho de Estado, o gabinete, antes de entregar a Xi Jinping um terceiro mandato como presidente, informou a agência de notícias estatal Xinhua. Entre as principais mudanças, apresentadas na terça-feira durante as reuniões da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) e do Congresso Nacional do Povo (legislativo), está a criação de uma nova agência reguladora nacional para o setor financeiro.
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