O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) da acusação de abuso de poder econômico durante a pré-campanha nas eleições de 2022. A decisão foi unânime e seguiu o voto do relator da ação, Floriano de Azevedo Marques. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná também rejeitou a cassação do mandato do senador. O relator apontou brechas na Lei Eleitoral e na jurisprudência do TSE sobre a pré-campanha eleitoral e os gastos nessa fase. Moro foi considerado “vacilante” em sua candidatura e alguns de seus gastos foram classificados como “censuráveis”. No entanto, não foi observada conduta passível de cassação. Durante a pré-campanha, Moro gastou 17,47% do teto da campanha, o que equivale a R$ 777 mil. O relator defendeu a necessidade de parâmetros mais claros sobre os gastos de pré-campanha pela legislação eleitoral. Ele também destacou que candidatos que precisam de segurança e carros blindados não têm vantagem, mas sim necessidade devido a ameaças recebidas.
O senador era acusado de abuso de poder econômico pelo PT e pelo PL. As alegações eram de que Moro se declarou pré-candidato à Presidência antes da campanha oficial, teve gastos acima do permitido para disputar uma vaga ao Senado e levou vantagens sobre seus concorrentes. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu a absolvição do ex-juiz antes do julgamento. O Ministério Público Eleitoral também defendeu a absolvição de Moro, afirmando que não houve desvio de recursos, omissão ou simulação de candidatura. O julgamento teve início menos de três semanas antes da saída do ministro Alexandre de Moraes da corte, e a decisão do TSE representa um desfecho importante para o caso. Com a rejeição dos recursos, o senador Sergio Moro segue no cargo, mas a polêmica em torno de sua conduta durante as eleições de 2022 continua a gerar debates e discussões no cenário político nacional.
Após a divulgação do resultado, Moro destacou o suporte incondicional de sua equipe, suplentes do Senado, e, de forma especial, sua família. Além disso, o senador também discutiu seu futuro político e sua postura em relação ao governo atual. Ele esclareceu que não tem intenções de concorrer à Presidência em 2026, optando por apoiar a candidatura de Ronaldo Caiado, governador e membro do União Brasil. “Isso só vai se resolver em 2026, mas o Ronaldo Caiado é um forte candidato. Meu plano em 2026 é apoiar um candidato pelo qual consigamos defender as pautas [liberais]. Sou oposição ao governo Lula, pretendo continuar assim e vejo, infelizmente, o Brasil em rumos errados”, disse.
Moro citou o aumento da tributação e da dívida pública como políticas consideradas equivocadas na atual administração. Além disso, expressou seu desejo de formar uma frente de centro-direita para promover mudanças significativas no cenário político brasileiro. “Em 2026, estarei defendendo um projeto para derrotar o PT. Tendo outros candidatos à frente para buscar a Presidência, como o governador Caiado. Talvez o governador Tarcísio [de Freitas], talvez o governador Romeu Zema.” A relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro também foi mencionada, destacando um gesto de apoio recebido após o julgamento. “O presidente Bolsonaro e, diga-se, a bancada dos senadores do PL, pediram que não fosse interposto nenhum recurso ou que houvesse desistência. Infelizmente, lideranças locais, mais especificamente Paulo Martins e Fernando Giacobo, não acolheram o pedido do presidente Bolsonaro”, declarou o ex-juiz.
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