O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusa o líder norte-americano, Joe Biden, de ser o responsável pelas acusações que tem sofrido. Nesta quinta-feira, 3, o magnata republicano deve comparecer a um tribunal de Washington depois de ter sido acusado de conspiração para tentar reverter o resultado da votação de 2020. Em sua plataforma Truth Social, Trump acusou Biden de ordenar ao Departamento de Justiça que lhe atribuísse “quantos crimes pudessem ser inventados”. Eles querem, diz ele, forçá-lo a “gastar muito tempo e dinheiro se defendendo”. Trump já gastou milhões de dólares com advogados, quase esgotando seus fundos de campanha, para os quais arrecadou até agora mais de US$ 54 milhões (R$ 259 milhões) em seis meses, muito mais do que seus rivais republicanos. “Os democratas não querem competir comigo, senão não recorreriam a essa instrumentalização sem precedentes da ‘Justiça’. Mas logo, em 2024, será a nossa vez”, acrescentou.
Na quarta-feira, 2, Trump se mostrou combativo ao afirmar que “nunca antes tive tanto apoio”. Segundo ele, a acusação “revelou ao mundo a corrupção, o escândalo e o fracasso que aconteceram nos Estados Unidos durante os últimos três anos”, sob o mandato de seu sucessor. Apesar dos problemas judiciais, Trump conta com a lealdade de um amplo setor de seu partido. Ele mantém uma vantagem considerável nas pesquisas para a indicação republicana, muito à frente do rival mais próximo, o governador da Flórida, Ron DeSantis. Segundo uma pesquisa do jornal ‘The New York Times’, o ex-presidente tem 54% das intenções de voto.
Essa mais recente acusação judicial é a terceira em poucos meses. O ex-presidente também responde por negligência na gestão de documentos confidenciais após deixar a Casa Branca e por pagar pelo silêncio de uma atriz pornô antes das eleições de 2016. Ele ainda pode se tornar réu em um quarto processo, se for denunciado por pressionar funcionários para tentar alterar o resultado das eleições de 2020 no Estado da Geórgia. Trump já denunciou uma “caça às bruxas”, uma nova “interferência eleitoral” e o “uso político” da justiça para impedir sua candidatura. E insiste, sem apresentar qualquer prova, que uma “fraude” ocorreu nas eleições 2020. Em um texto de 45 páginas publicado na terça-feira, 1, o promotor especial Jack Smith acusou o republicano de minar as bases da democracia americana ao tentar alterar a apuração dos votos nas eleições presidenciais, um indiciamento sem precedentes e particularmente grave considerando que ele era o presidente em exercício no momento.
O tribunal onde serão lidas as acusações fica perto do Capitólio, a sede do Congresso dos Estados Unidos, que foi atacado por centenas de partidários de Donald Trump em 6 de janeiro de 2021 em uma tentativa de impedir a certificação da vitória eleitoral de Biden. O ataque foi “incentivado pelas mentiras” que o acusado divulgou durante meses sobre uma suposta fraude eleitoral a favor de Biden, declarou Smith depois de anunciar o indiciamento. No início da manhã, cerca de cem jornalistas fizeram fila para entrar no tribunal. Tanto o prédio quanto o Capitólio estão cercados por barreiras de segurança.
*Com informações da AFP
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