Em meio à crescente tensão entre os presidentes da Argentina e do Brasil, o argentino Javier Milei decidiu não participar da próxima Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, na próxima segunda-feira (8), no Paraguai. Por outro lado, confirmou sua presença na reunião da Conferência Política de Ação Conservadora (Cpac), que será realizada no próximo fim de semana em Camboriú, Santa Catarina, onde também estará presente o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ausência de Milei na reunião de presidentes do Mercosul foi confirmada por fontes do governo brasileiro, enquanto a viagem do presidente argentino ao balneário de Santa Catarina foi noticiada pelo jornal La Nación e considerada “provável” pelo governo Milei. Ambas decisões causaram preocupação em fontes brasileiras, que temem um aprofundamento da crise bilateral. Na reunião da Cpac, além de Milei e Bolsonaro, estarão presentes os dirigentes chileno José Antonio Kast e mexicano Eduardo Verástegui.
A tensão entre Lula e Milei teve início na campanha eleitoral argentina de 2023, quando o argentino referiu-se ao presidente brasileiro como comunista e corrupto. Os esforços diplomáticos entre os dois países foram insuficientes para evitar a escalada de tensão que começou na semana passada, quando Lula exigiu desculpas de Milei. A resposta do argentino foi chamar Lula de “esquerdista com o ego inflado”. “Desde quando deve-se pedir desculpas por dizer a verdade?”, indagou o presidente argentino.
A Casa Rosada alega que a ausência de Milei na cúpula do Mercosul se deve a problemas de agenda, mas a decisão foi tomada após a troca de farpas com Lula. Paralelamente, o presidente argentino decidiu participar do encontro da direita internacional em Camboriú, onde se encontrará com Jair e Eduardo Bolsonaro, entre outros. O conflito entre os dois presidentes se agravou devido à fuga de brasileiros envolvidos nos atos de 8 de Janeiro para a Argentina, o que preocupa o governo do Brasil, que acompanha de perto as investigações da Justiça argentina.
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