A Rússia informou que abateu cinco drones nesta terça-feira, 4, perto de Moscou, em uma ação que prejudicou durante três horas as operações no aeroporto internacional de Vnukovo e que o Kremlin chamou de “ato terrorista”. Não houve vítimas ou danos, porém, muitos voos foram desviados para outros destinos durante a madrugada. O aeroporto voltou a operar às 5h GMT (2h em Brasília), segundo a agência russa de transporte aéreo Rosaviatsia. “Todos os ataques foram impedidos pela defesa antiaérea, todos os drones detectados foram neutralizados”, celebrou no Telegram o prefeito de Moscou, Serguei Sobianin. Um dos drones foi abatido perto de Kubinka, a 40 quilômetros do aeroporto de Vnukovo, de acordo com as autoridades locais, citadas pela agência estatal RIA Novosti. O quinto foi derrubado na região de Kaluga, ao sudoeste de Moscou, informou a agência oficial TASS. O ataque estava direcionado contra diversos pontos da região de Moscou e seus arredores, áreas que raramente são alvos de ações de Kiev que, ao mesmo tempo, intensificou as operações em outras localidades da Rússia. De acordo com o ministério russo da Defesa, quatro drones foram destruídos pela defesa antiaérea perto da capital russa e o quinto foi neutralizado por “recursos de guerra eletrônica” antes de cair na região de Moscou. Em um comunicado, o Ministério russo culpou a Ucrânia, que não reconheceu a autoria.
Apesar de o ataque ter sido impedido e ninguém ter se ferido, mostra que o conflito na Ucrânia, que se encaminha para o segundo ano, está se aproximando cada vez mais do território russo. Só neste ano, foram três incidentes desse tipo, sem contar a rebelião do Grupo Wagner no final de junho. Os outros dois ataques com drone foram registrados no dia 21 de junho, na capital, e outro em 30d e maio, quando prédios residenciais em uma área nobre de Moscou foram atingidos pelos artefatos, os primeiros ataques do tipo contra áreas civis da capital desde que a guerra começou. Também nesta terça-feira, na Ucrânia, um bombardeio russo foi registrado na cidade de Pervomaisky, na região de Kharkiv. Mais de 30 pessoas ficaram feridas, incluindo ao menos nove crianças, informou a presidência. “Soubemos que há um número significativo de vítimas: 31 pessoas foram hospitalizadas”, das quais pelo menos nove eram menores de idade, incluindo dois bebês, disse o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Yermak, no Telegram. Yermak afirmou que eles ficaram feridos depois que “os russos dispararam um projétil de alta potência” que incendiou vários carros em um estacionamento.
Por sua vez, o governador da região de Kharkiv, Oleg Sinegubov, publicou um vídeo que mostra fumaça saindo de carros queimados perto de um bloco residencial da era soviética. A cidade de Pervomaisky fica a cerca de 80 quilômetros ao sul da capital regional, Kharkiv, relativamente longe do front na região de Donbass. O Estado-Maior da Ucrânia, que condu uma contraofensiva desde o começo de junho, anunciou a interceptação de 16 drones de fabricação iraniana lançados pela Rússia durante a noite. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reconheceu na segunda-feira, 3, uma semana de combates “difíceis” em toda a linha de frente. Mesmo assim, destacou que as tropas do país conseguiram avançar 37 quilômetros quadrados no leste e no sul. De acordo com o ministério da Defesa do Reino Unido, as forças ucranianas tentam avançar, mas esbarram no “uso em larga escala de minas terrestres por parte da Rússia” e nos ataques com aviões, helicópteros e de artilharia. As forças russas “conseguiram algumas vitórias com esta estratégia”, mas continuam “sofrendo baixas consideráveis”, acrescentou o ministério britânico. A Rússia afirma que o exército ucraniano “não alcançou os objetivos em nenhum ponto” desde o início da contraofensiva.
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