A algumas horas da sua viagem para Coreia do Norte e em meio a preocupação dos Estados Unidos e de outros países ocidentais de uma aproximação maior entre Rússia e Pyongyang, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou nessa segunda-feira (17) que os norte-coreanos apoiam ‘firmemente’ sua campanha militar na Ucrânia, segundo um artigo de opinião publicado pela agência de notícias oficial KCNA. “Apreciamos muito que a RPDC (Coreia do Norte) apoie firmemente a operação militar especial da Rússia na Ucrânia”, escreveu Putin no artigo, pouco antes de sua visita a Pyongyang. Putin também declarou no artigo que seu país apoiará Pyongyang no futuro. “A Rússia apoiou (a Coreia do Norte) e seu heroico povo em sua luta para defender seu direito de escolher por si mesmos o caminho da independência, a originalidade e o desenvolvimento no enfrentamento ao astuto, perigoso e agressivo inimigo […] e o apoiará constantemente no futuro”, publicou. Putin viaja nesta terça-feira (18) para a Coreia do Norte, em um momento em que Ocidente acusa a Coreia do Norte de fornecer armas a Moscou em sua ofensiva na Ucrânia.
O assessor diplomático de Vladimir Putin, Yuri Ushakov, apresentou a viagem como um evento importante para ambos os países, atingidos por sanções ocidentais. Ushakov mencionou a “possível” assinatura de “um acordo de cooperação estratégica global”, que seria uma versão atualizada de um tratado assinado durante a última visita de Putin ao país, em 2000. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que a visita de Putin mostra o quanto a Rússia necessita do apoio de líderes autoritários para realizar sua ofensiva na Ucrânia. “Isso mostra o quanto o presidente Putin, e Moscou, estão agora dependentes de países autoritários ao redor do mundo”, afirmou Stoltenberg à imprensa em Washington. O chanceler ucraniano Dmytro Kuleba aludiu a um “romance solitário entre Putin e Kim”. “A melhor forma de responder a isso é continuar fortalecendo a coalizão diplomática para uma paz justa e duradoura na Ucrânia e fornecer mais […] munições para a Ucrânia”, disse Kuleba à AFP.
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