Um dos clássicos do suspense, a versão original de Psicose se destaca não só por seu enredo e cinematografia, mas por suas escolhas artísticas: o filme foi produzido todo em preto e branco.
Embora seja um filme antigo, Psicose não está na era do preto e branco do entretenimento. Em 1960, quando ele foi lançado, filmes em cores já eram comuns, então a escolha de Alfred Hitchcock, seu diretor, foi proposital.
Conhecido como o mestre do gênero, Hitchcock fez o primeiro filme que se destacou por ter focado em um serial killer, que recebe tanto espaço na produção quanto seu protagonista. As razões que o levaram a não produzir o filme em cores foram bem mais profundas do que apenas uma escolha estilística.
Pode ser que motivos artísticos tenham pesado na escolha, mas a maior questão para o uso da tecnologia antiga foi puramente financeira.
Psicose não conquistou os grandes pagadores?
Psicose foi baseado em um livro de mesmo nome, lançado em 1959 por Robert Bloch. Por conta de sua história, Hitchcock teve dificuldades de conseguir investidores para a produção.
Por se tratar de algo já ultrapassado e considerado ‘obsoleto’, usar preto e branco diminuiria drasticamente os custos de produção do filme, logo a melhor e mais econômica escolha. Além disso, o diretor também aproveitou funcionários de seu programa de televisão, Alfred Hitchcock Presents para trabalhar no projeto.
No fim das contas, o orçamento final de Psicose foi incrivelmente baixo: o filme custou apenas 800 mil dólares para ser produzido.
Uma última coisa pesou na decisão, que foi a icônica cena do banheiro. Uma das cenas mais chocantes da história na época, Alfred achava que os espectadores não estariam preparados para uma cena como aquela com o sangue em cores.
Mesmo em preto e branco, a cena foi polêmica e horrorizou o público gerando controvérsia entre a crítica mesmo com violência suavizada. O ‘sangue’ da cena, inclusive, era apenas xarope de chocolate, que aparecia mais do que o usado no cinema em cores.
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