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Polarização política está longe de acabar durante governo Lula, defende cientista político

A polarização política no Brasil não deve ter fim ao longo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Especialistas apontam que as divisões devem continuar mesmo com um grupo amplo no comando do país. No entanto, a força da oposição dependerá da representatividade nos próximos quatro anos. O cientista político do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Adriano Cerqueira, explica que a polarização começou a tomar forma nas manifestações de 2013: “Foi o ano em que as redes sociais invadiram a política. Durante umas três semanas, milhões de brasileiros todos os dias iam para as ruas fazer todo tipo de reivindicação. Os conservadores já faziam parte desse grupo e estavam engrossando esse meio. Eles foram aparecendo também institucionalmente nos processos eleitorais, tanto municipais, quanto estaduais e do Governo Federal. Dilma com muita dificuldade conseguiu se reeleger em 2014, com um país já muito dividido. Ela teve um percentual do eleitorado próximo doa 40% votando nela, um número baixo. Ela não conseguiu superar em 2016 as pessoas que estavam nas ruas, que não deixaram de ir pra rua desde 2013 e derrubaram legitimamente e de forma constitucional através de um processo de impeachment o governo Dilma”.


Cerqueira destaca que o cenário eleitoral de 2022 deixou profundas divisões na sociedade e analisa que o quadro não se reverte tão facilmente: “A gente vê que esse número próximo dos 40% anti-Lula e anti-PT existe, não vai sair das ruas tão fácil e tão cedo. A gente vê vários manifestantes próximos aos quartéis para se sentir mais abrigados nas suas demandas, algumas mais exageradas. Lula vai ter uma enorme dificuldade de governar. O Congresso não é o Congresso que ele se acostumou nos mandatos anteriores. Por conta de tudo isso, serão anos muito difíceis de governo do Lula”.

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