O líder do partido de direita Chega, André Ventura, de Portugal, prometeu impedir a entrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no país caso seja eleito primeiro-ministro. Ventura é candidato nas eleições legislativas do próximo domingo, e fez essa declaração em relação a uma possível visita do presidente brasileiro para a comemoração do dia da Revolução dos Cravos, evento que celebra a queda da ditadura salazarista em 1974.
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— Se o Chega vencer as eleições legislativas no próximo domingo, em 25 de abril de 2024, eu quero dizer uma coisa: o senhor presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não vai entrar em Portugal — disse Ventura nesta quinta-feira durante discurso a apoiadores. — Desses todos que estão para vir neste 25 de abril, eu aconselhava prudência na compra das viagens. Porque eu não estou brincando. Eles não vão entrar mesmo.
Ventura, cuja candidatura tem apoio público do ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda afirmou que Lula seria barrado no aeroporto de Lisboa e, se insistisse, seria enviado para a prisão.
— Mas ele sabe o que é isso, então não será uma grande novidade para ele — disse.
Apesar do discurso, pesquisas de intenção de voto indicam que as chances de Ventura se tornar primeiro-ministro são baixas. A maioria das sondagens recentes indica para um cenário de empate técnico entre o Partido Socialista, atualmente no poder, e a Aliança Democrática (AD), uma coalizão liderada pelo PSD (Partido Social Democrata). O Chega, de Ventura, aparece em terceiro lugar, com cerca de 12% das preferências.
No ano passado, durante a visita oficial de Lula a Portugal, o Chega protestou contra sua presença no Parlamento durante uma sessão comemorativa do 25 de abril. Durante o discurso do brasileiro, os parlamentares do Chega, liderados por Ventura, fizeram barulho para atrapalhar sua fala. A situação levou o presidente da Casa, Augusto Santos Silva, a pedir desculpas pelo "comportamento vergonhoso" dos colegas.
Ventura tem 41 anos e é formado em direito, mas ficou conhecido como comentarista esportivo na televisão. Em 2018, ganhou destaque em 2018 ao criticar a comunidade cigana em Portugal, enquanto era membro do PSD (Partido Social Democrata), segundo a Reuters.
Foi o fundador do partido Chega após sair do PSD, que hoje é a terceira maior força parlamentar no país, com 7% do Congresso. Entre suas políticas, Ventura defende penas mais rigorosas para criminosos, incluindo a castração química, e é contra políticas de imigração.
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