O Ibovespa cai desde a abertura nesta sexta-feira (14) em meio à queda das bolsas do ocidente, apesar da alta das commodities, em dia de vencimento de opções sobre ações. Ao mesmo tempo, as incertezas fiscais persistentes e a alta de apenas 0,01% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), aquém da mediana de expansão de 0,40%, reforçam o clima cauteloso neste último dia da semana, que pode caminhar para um quarto recuo seguido semanal. Assim, o investidor espera o desfecho da reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e banqueiros na capital paulista, em meio à expectativa de que se pronuncie sobre a situação fiscal do Brasil. O encontro ocorre após o imbróglio da semana passada, que azedou ainda mais o humor do mercado e fez Haddad reclamar publicamente de vazamento de “informações falsas”, indicando enfraquecimento do arcabouço fiscal. Desta forma, e após o Congresso derrubar a MP que limitaria a compensação de créditos tributários do PIS e da Cofins, houve a percepção de isolamento de Haddad no governo. “Sem um sinal concreto em relação ao fiscal, o mercado fica sem trigger”, observa Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Apesar dos recentes ruídos envolvendo o nome de Haddad, Lourenço ainda acredita que o ministro é uma figura que sempre gera expectativa positiva ao mercado. “Haddad ainda é uma das “vozes mais prudentes no governo”, afirma. Nesta quinta-feira (13), o Ibovespa fechou em baixa de 0,31%, aos 119.567,53 pontos, menos intensa do que a queda de 1,40% do dia anterior. A limitação da desvalorização na quinta refletiu o compromisso do governo – Haddad, Tebet e do presidente Lula – por meio de falas, com o fiscal do País. “A fala de Haddad de que a equipe econômica prepara uma ampla revisão dos gastos e os elogios de Lula ao ministro da Fazenda ajudaram a reduzir um pouco as incertezas com o cenário fiscal”, descreve em nota a MCM Consultores. “Mas o quadro das contas públicas para os próximos anos continua indefinido, o que justifica a continuidade dos elevados prêmios de risco”, pondera a consultoria. Às 11h20, o Ibovespa cedia 0,54%, aos 118.926,31 pontos, ante recuo de 0,62%, na mínima aos 118.828,08 pontos. A desvalorização é puxada em boa medida por ações de primeira linha. “Caem em bloco, com venda de Brasil”, observa o operador de renda variável da Manchester. Assim, acentua a queda semanal a 1,54% – quarta seguida.
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