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Guerra entre Rússia e Ucrânia impacta empregos e economia no Brasil

  • Foto do escritor: Neriel Lopez
    Neriel Lopez
  • 22 de mar. de 2022
  • 3 min de leitura



Ainda sofrendo com as consequências da pandemia de Covid-19, o Brasil pode enfrentar um novo período de baixa criação de empregos e desvios de economia devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Um levantamento da FGV (Fundação Getulio Vargas) indica que a taxa de desemprego deve se manter estável no país ao longo de 2022, com uma queda de apenas 0,1% em relação a dezembro de 2021.


Segundo o IBGE, a taxa de desemprego caiu para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2022, uma redução de 0,9% em comparação com o trimestre anterior. Apesar disso, o país ainda soma 12 milhões de pessoas em busca de trabalho. Para especialistas, a dificuldade na retomada do emprego, que persiste desde 2016, é agravada pelas recentes crises globais.


"O conflito instaurado entre a Rússia e a Ucrânia fomentou um dos maiores temores do mercado: o desemprego. Era tudo o que o mundo não precisava após uma crise desencadeada pela Covid-19, que, além de causar ondas de choque em todas as cadeias globais, gerou grandes crises em países capitalistas, pois as economias são interdependentes", afirma Ligia de Mesquita Polido, especialista em economia e desenvolvimento empresarial.


Os impactos do conflito também afetaram as projeções de crescimento econômico. A Secretaria de Política Econômica prevê a projeção de crescimento do PIB para 2022 de 2,1% para 1,5%, enquanto a projeção para 2023 foi mantida em 2,5%. Para Mesquita, a guerra deve gerar impactos significativos, como o aumento nos preços dos combustíveis, que provoca um efeito na precificação de todos os alimentos da economia, especialmente em cascata.

Ela explica que esses impactos derivam, principalmente, das avaliações econômicas impostas à Rússia pelos países ocidentais. "Não se pode esquecer que as 'camaradas soviéticas' são um dos principais parceiros comerciais do Brasil, sendo o 6º país que mais exporta para cá. Considerando a relação de causa e efeito esperado, as sanções devem promover uma alta generalizada dos preços", destaca.


Entre os principais problemas decorrentes da guerra no Leste Europeu que impactaram os brasileiros, estão:


  • Agronegócio  A importação de fertilizantes e insumos agrícolas pelo Brasil está comprometida pelo conflito na Ucrânia, já que esses produtos estão entre os principais itens importados pelo país. Além disso, a inflação elevada afeta o preço de grãos como soja e milho.

  • Petróleo  As preocupações com a escalada da guerra e o aumento das avaliações contra a Rússia geram temores sobre o fornecimento global de energia. Isso levou a sucessivas altas no preço do barril de petróleo, que ultrapassou US$ 110 (cerca de R$ 544), o maior valor em oito anos. "Com a aliança entre a Rússia e a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), a tendência natural seria manter a produção atual. No entanto, os EUA anunciaram o fechamento de seus portos para, e o governo britânico planeja eliminar as importações de petróleo russo e seus derivados até o final deste ano", explica o especialista em desenvolvimento empresarial.

  • Dólar  O conflito no mercado econômico traz incertezas e impulso à inflação, resultando na fuga de capitais para países considerados economicamente mais seguros. Para Mesquita, com os países desenvolvidos afetados, o Brasil assume o papel de “coadjuvante nesse triste roteiro”. “Com mais pessoas desempregadas, a renda das famílias diminutas, levando à escassez de consumo”, completa.


Para reverter os efeitos da guerra, o especialista sugere que sejam permitidas ações macroeconômicas, políticas sociais e uma estratégia de crescimento inclusiva e sustentável.

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