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EUA são contra cessar-fogo em Gaza por julgar que medida beneficiaria Hamas


Os Estados Unidos alertaram, nesta segunda-feira, 23, que qualquer cessar-fogo de Israel em Gaza beneficiaria o Hamas, enquanto a União Europeia avalia um pedido de uma pausa humanitária das hostilidades. Um cessar-fogo “daria ao Hamas a capacidade de descansar, de se reaparelhar e continuar a lançar ataques terroristas contra Israel”, disse a jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller. “Pode-se entender perfeitamente porque é uma situação intolerável para Israel, como seria uma situação intolerável para qualquer país que tenha sofrido um ataque terrorista tão brutal e continue vendo a ameaça terrorista bem na sua fronteira”, disse. Miller afirmou que os Estados Unidos fazem o possível para garantir a chegada de ajuda humanitária a Gaza e que seu enviado, David Satterfield, trabalha de forma “intensiva” sobre este tema no terreno.


O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, afirmou nesta segunda-feira que espera que os líderes do bloco apoiem um pedido de trégua na guerra para permitir a entrada de ajuda. “Acredito que a ideia de uma pausa humanitária para facilitar a chegada da ajuda humanitária, que permita aos deslocados encontrar refúgio, é algo que os líderes vão apoiar”, disse. Borrell expressou a sua opinião sem querer entrar no resultado da reunião, mas previu que os líderes do bloco continuariam a debater o assunto na sua cúpula de quinta e sexta-feira. Mais tarde ele informou que os países da União Europeia (UE) chegaram a um “consenso básico” sobre a necessidade de exigir uma “pausa humanitária” em Gaza.


“Há um consenso básico para compreender que uma pausa por razões humanitárias seria muito necessária para que a ajuda humanitária pudesse entrar sem correr os riscos de uma ação de guerra continuada”, disse Borrell em uma coletiva de imprensa ao final da reunião que realizaram hoje em Luxemburgo os ministros das Relações Exteriores da UE. O alto representante da UE para Relações Exteriores salientou, no entanto, que uma pausa humanitária não é o mesmo que um cessar-fogo e que serão os líderes comunitários que definirão a posição do bloco na sua cúpula de quinta e sexta-feira em Bruxelas. Borrell reconheceu que “uma pausa é um objetivo menos ambicioso do que um cessar-fogo”, mas observou que uma pausa pode ser acordada “mais rapidamente” e que os ministros “compreenderam” que é necessária inclusive para que a ajuda humanitária entre e não seja também “vítima” da “ação bélica”. Nesse sentido, enfatizou que “a UE não pode decretar a pausa humanitária, as partes em conflito têm de decretá-la”.


Na quinta-feira, 26, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) volta a se reunir para debater a guerra no Oriente Médio entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. Na última quarta-feira, 18, o conselho rejeitou a resolução do Brasil para a guerra no Oriente Médio. A proposta brasileira teve 12 votos a favor, um contra e duas abstenções, do Reino Unido e da Rússia. Os Estados Unidos foram os responsáveis por vetarem a proposta do Brasil, alegando que no texto não há menção ao direito de Israel se defender. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso ter os votos de pelo menos 9 dos 15 membros do Conselho, incluindo os membros permanentes – Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos. Os países do conselho rotativo são: Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Até o momento, foram registrados ao menos 6.000 mortos, sendo 5.087 pelo lado palestino, na Faixa de Gaza, e 1.400 em Israel.

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