O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destravou a liberação de emendas nesta semana e privilegiou aliados na distribuição da verba ao Congresso Nacional. Foram autorizados cerca de R$ 2,4 bilhões, e os repasses atendem principalmente a pedidos de senadores e deputados mais próximos ao governo. Esse lote de dinheiro para o Congresso é recorde em 2024, e ocorre em um momento crucial, com votações importantes que o governo Lula enfrentará, incluindo uma folga de R$ 15 bilhões no Orçamento desse ano e a análise de vetos, prevista para a semana seguinte. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu o aval no valor de R$ 24 milhões. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não teve emendas repassadas ainda.
Na última semana, ocorreu mais um episódio no aumento da tensão entre Lira e o ministro Alexandre Padilha, que já vem acontecendo desde 2023. O presidente da Câmara elevou o tom ao demonstrar irritação com a interferência do Palácio do Planalto na votação sobre a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão. Lira chamou Padilha publicamente de “desafeto pessoal” e “incompetente”. A jornalistas, o presidente afirmou que o ministro teria vazado a notícia de que a confirmação da prisão de Chiquinho representaria um enfraquecimento da sua liderança na Câmara. Em discurso na cerimônia de inauguração da nova sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), na última sexta-feira (12), Lula demonstrou apoio à Padilha após o embate com Lira. O presidente elogiou a determinação de Padilha em seu cargo: “Só de teimosia o Padilha vai permanecer nesse ministério por muito tempo.” O ministro estava presente no evento.
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