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Elizabeth II: o segredo por trás dos looks, sapatos e bolsas

A rainha Elizabeth II faleceu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos de idade e 70 de reinado. E não há como negar que a principal imagem que fica dela, no quesito fashion, são os looks coloridos monocromátios, combinando com os chapéus. Na grande maioria das vezes, acompanhados do sapatos pretos com salto médio a baixo e a indefectível bolsa também preta.


Uma escolha, que parece até inusitada para uma rainha com seu poder perante os súditos. Mas nada é feito sem um propósito. No documentário "The Queen at 90″, a nora Sophie Rhys-Jones, esposa do príncipe Edward, revelou o motivo da escolha de cores marcantes nos vestidos, tailleurs e casacos da monarca: são usadas para que se destaque entre as multidões. Com milhares de pessoas nos eventos públicos, a multidão podia encontrar a rainha mesmo a longa distância.


Os looks usados por Elizabeth, que há anos são criados por Stewart Parvin, foram também se adaptando com o passar dos anos. Os casacos tornaram-se mais estreitos, as bainhas um pouco mais longas. Por baixo dos casacos, muitas vezes aparecia vestidos floridos, estampa também usadas em ocasiões especiais.


O impacto das cores da rainha foi tão grande que em 2012, durante as comemorações de 60 anos de reinado, a Pantone até criou uma cartela dedicada aos tons usados por ela. De tiragem limitada, a publicação com o shape da rainha trazia cartões explicando quando e onde ela usou aquela produção.


"Seu estilo era elegante, austero. Apesar de sua postura mais seria e colocação real, nas cores ela conseguia transmitir acessibilidade. Uma pessoa com seus protocolos, mas que procurava, como rainha - que conhecemos, ser empática!", afirmou o consultor de moda Arlindo Grund, que ressalta ainda a importância dos acessórios na indumentária da rainha. "E é para falar em acessórios, sim porque eles eram inseparáveis: Chapéus, bolsas, sapatos clássicos. Sempre com joias (da coroa), broches muitas vezes".


Memória afetiva

O estilista e consultor de tendências Walter Rodrigues lembra que a rainha faz parte da nossa memória afetiva do século 20 e parte do 21. "Essa senhora chic, centrada, representante de uma era cheia de protocolos, estará sempre em um lugar de destaque em nossos corações. Seus chapéus combinando com os tailleurs, sua sempre presente bolsa a quem só descobrimos há pouco o que ela carregava dentro..rsrs. Suas aparições eram sempre uma alegria, suas cores, sempre encantadoras. Essa mulher cuja imagem se mistura ao real e ao imaginário, dona de um humor sutil, passará para história como uma mulher que uniu um reino - e dedicou a ele a sua vida. God save the Queen!", afirmou.


Sim, além dos chapéus, muitos deles assinados por Rachel Trevor Morgan, a bolsa e os sapatos são acessórios importantes no vestuário da regente, também posicionando sua imagem pessoal. Walter Rodrigues cita a bolsa. E, sim, recentemente foi revelado o conteúdo, por Sally Bedell Smith, autora do livro "Elizabeth the Queen: The Woman Behind The Throne" (Elizabeth, a Rainha: a Mulher Atrás do Trono). Segundo ela, a rainha carregava batom, balas de menta, óculos de leitura, espelho. E, talvez, um pouco dinheiro trocado para fazer doações às igrejas.


Dizem ainda que a posição da bolsa demonstrava alguns sinais a seus ajudantes de forma discreta, como se livrar de algum interlocutor sem chamar a atenção. As bolsas usadas por Elizabeth são da marca Launer London, e o modelo Royale custa 2370 libras, algo em torno de R$ 14 mil.


Sapatos

Além da bolsa, outro acessório usado pela rainha por décadas não mudou: o sapato. Na maioria das vezes, são pretos. De acordo com o jornal "Daily Mail", a rainha possuia cerca de uma dezena de pares, que incluiam o de couro preto liso, verniz preto, couro branco e couro bege e três modelos de sapatos de noite em cetim, prata e ouro. Todos tingidos à mão e resistentes à água. Eram feitos pelo sapateiro Anello & Davide de Kensington, usando o melhor couro de bezerro, geralmente em verniz preto com um fecho de latão ou um pequeno laço.


Os calçados, segundo o jornal, eram confeccionados à mão por quatro artesãos e o valor custava cerca de 1 mil libras, quase R$ 6 mil. Além dessas quatro pessoas, outro funcionário do Palácio de Buckingham, que calça o mesmo número da rainha, tinha a função de andar com os pares até amaciá-los. A equipe necessária para a produção era composta por um cortador de moldes, a partir da última forma de madeira do tamanho do pé da rainha; uma pessoa para selecionar o couro; outra pessoa para costurar a parte superior e, para finalizar, um artesão para colar e colocar o salto na forma.

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