Um experimento sobre os impactos da adoção de uma jornada de trabalho semanal de quatro dias terá como palco o Brasil no segundo semestre deste ano. A ideia é resultado de uma parceria entre a organização sem fins lucrativos 4 Day Week, que conduz testes globais sobre a redução da carga de trabalho, e a brasileira Reconnect Happiness at Work.
O projeto deve acontecer entre os meses de junho e dezembro deste ano. Na primeira parte, entre junho e julho, a Reconnect oferecerá informações para as empresas que demonstrarem interesse em participar do experimento. Não haverá pré-requisitos e as inscrições para a mentoria da iniciativa serão feitas no site https://www.4dayweek.com/contact.
Em agosto, as empresas começarão a ser preparadas para a aplicação do modelo, que deve ser adotado em setembro. Haverá um custo para participar do estudo, mas ele ainda não foi definido. Na prática, a ideia é que o formato adotado seja do tipo 100-80-100: 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.
Entre os fatores que serão avaliados no projeto estão indicadores como estresse da força de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resultados financeiros e turnover (rotatividade). A metodologia da iniciativa foi elaborada pela universidade americana Boston College.
Nos últimos anos, outros países já testaram o modelo de quatro dias de trabalho por semana. Os Emirados Árabes Unidos, país pioneiro na redução da jornada, adota desde janeiro do ano passado uma jornada de apenas 36 horas semanais, divididas em quatro dias úteis, para todos os funcionários de órgãos públicos.
Já no Reino Unido, cerca de 60 empresas participaram, durante seis meses, do teste com a semana de trabalho de quatro dias. Ao final, 92% das empresas decidiram manter o formato de trabalho depois dos testes. Entre elas, a receita média aumentou 35% em comparação ao período anterior e 90% dos funcionários disseram que gostariam de continuar trabalhando apenas quatro dias.
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